Samu do Norte de Minas registra aumento de 10% no número de chamados

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Com o aumento da demanda, gestores da saúde discutem ajustes para adequação do serviço na região

Nos primeiros dois meses desse ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do Norte de Minas (Samu Macro Norte) registrou um aumento de cerca de 10% dos chamados em relação ao ano passado. Em janeiro e fevereiro de 2015 foram registrados 96.859 chamados, enquanto que em 2014 foram 87.555. A média diária atual é de 1.500 chamados.

Central de Regulamentação do Samu Macro Norte – Foto: Jerúsia Arruda / Divulgação

O médico Ênius Freire Versiani, coordenador do Samu, explica que esse aumento se dá, principalmente, pela divulgação do serviço que passou a fazer parte do cotidiano da população. “O Samu é um serviço relativamente novo. Iniciou no Brasil em 2003 e chegou a Montes Claros em 2006, mas só foi regionalizado, alçando os 86 municípios da macrorregião Norte, em 2009”, pontua.

De acordo com Ênius Versiani, muitos dos chamados recebidos pelo Samu são de urgência menor e que em 10% dos casos o solicitante é orientado pelo médico regulador, dispensando o envio de uma ambulância e que em caso de envio de ambulância, cerca de 16% dos pacientes atendidos são liberados no local, sem necessidade de encaminhamento a uma unidade de atendimento. “A orientação por telefone e a liberação do paciente após atendimento no local se configuram como uma importante contribuição do Samu para reduzir o número de pacientes nas portas de entrada dos hospitais, desafogando a rede”, avalia.

Na análise dos atendimentos realizados, os acidentes de trânsito ainda continuam sendo uma das principais causas, correspondendo a uma média de 30%, a maioria envolvendo motocicleta. Somente nos dois primeiros meses desse ano já foram registrados 2.789 atendimentos por acidente na área urbana e nas rodovias que cortam a região, sendo 40% somente em Montes Claros.

Os dados também apontam que cerca de 18% dos chamados são ligações de brincadeira (trotes), comprometendo o atendimento a quem realmente precisa de socorro. Até fevereiro deste ano já foram registrados 17.485 trotes pela central de regulação.

Samu Macro Norte registra aumento de 10% no número de chamados – Foto: Jerúsia Arruda / Divulgação

Nova perspectiva

A organização da rede de urgência e emergência do Norte de Minas possibilitou a regionalização do Samu, cujos serviços foram disponibilizados aos 86 municípios da macrorregião, que possui uma população de cerca de 1,6 milhão de habitantes.

Com esse modelo de organização, o serviço de urgência e emergência foi integrado sob um só comando, com indicadores e linguagem única e toda a estrutura passou a girar em torno da necessidade do usuário.

Após seis anos, o que se verifica é que a região está superando desafios históricos, ampliando não só o acesso aos serviços de saúde, como qualificando o atendimento em todos os níveis. Segundo Ênius Versiani, com a chegada do Samu, houve uma redução significativa dos óbitos e sequelas em pacientes graves. “O atendimento pré-hospitalar promoveu à população o acesso a um serviço inimaginável há alguns anos”, avalia.

Mesmo com os resultados expressivos, Joaquim Dias, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência Norte de Minas (Cisrun), responsável pela gestão do Samu Macro Norte, destaca que é preciso fazer ajustes para que o serviço seja adequado às novas demandas. “A saúde é uma pauta que não se esgota, todo dia surge um fato novo, as demandas aumentam, e é preciso que os gestores estejam atentos às mudanças para que o usuário possa ter acesso a um serviço de qualidade e com a tempestividade necessária, como é o caso do atendimento pré-hospitalar”, argumenta.

De acordo com o prefeito, visando suprir essas novas demandas, o Cisrun, em parceria com Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Colegiado de Secretários Municipais de Saúde (Cosems) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor) está realizando reuniões técnicas para promover um redesenho da rede, o que inclui, entre outras medidas, a revisão da grade de referência e a distribuição das bases descentralizadas do Samu. “Nossa meta a manter a rede com a mesma efetividade que sempre teve, desde sua implantação, e ampliar as unidades do Samu, de forma que a demandam possam ser supridas”, anuncia.

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