CONVERSAS COMPLEXAS

0

A corrida desenvolvimentista dos países tentando conciliar ações economicamente viáveis, ambientalmente adequadas e socialmente justas continua. Reuniões mundiais periódicas envolvendo as nações do planeta visando equilibrar estas três variáveis são realizadas em busca de um consenso ou equilíbrio considerando a realidade de cada uma das nações, desde a mais pobre até as potências econômicas financeiras mundiais. Mas, os interesses são muitos, desde governantes que estão realmente interessados na qualidade de vida do seu povo e na proteção do meio ambiente até aqueles que entram na discussão focados apenas nos interesses pessoais, utilizando-se do cargo de governante soberano de uma nação para enriquecer a si próprio e aos seus apoiadores, sem se importar com o povo que governa.

Diversas reuniões foram realizadas nas últimas décadas e cartas de intenções redigidas, mas que continuam nas intenções. As decisões que saem do papel ou que tomam alguma forma, são apenas aquelas que não envolvem o comprometimento do desenvolvimento econômico e financeiro. O valor de um país é medido pelo tamanho de sua economia, recursos naturais e recursos humanos que se resume a gente para trabalhar e gastar.

Todos querem mudanças, mas ninguém quer mudar. As décadas e até mesmo séculos de modelos de desenvolvimento e crescimento implementado pelas nações e arraigadas na sociedade não são fáceis de mudar. Na sociedade brasileira, será que as campanhas para evitar que as pessoas joguem o lixo no chão das ruas ou pela janela dos carros funcionam? E a redução no consumo de água? E a de energia? Para que determinadas ações possam ser implementadas torna-se necessária a sua valoração, ou seja, multa pesada e aumento no valor dos serviços. O simples fato de apelar para a consciência não surte qualquer efeito.

O mundo precisa mudar. As pessoas e as suas sociedades precisam mudar. Estamos à porta de um colapso econômico, social e ambiental. A população mundial está aumentando, mas também vivendo mais e envelhecendo. Menos gente trabalhando para sustentar um número cada vez maior de idosos aposentados e pensionistas. A xenofobia cada vez mais intensa na Europa e em países do Oriente Médio e todos com medo de ações terroristas iminentes. A exploração desenfreada de recursos naturais não renováveis para atender o consumo exagerado das sociedades desenvolvidas além, é claro, das mudanças climáticas, consequência do grande impacto da ação humana no meio ambiente.

Um acordo mundial sobre a redução da exploração dos recursos naturais e dos impactos ambientais fica cada vez mais difícil considerando que os maiores PIBs do planeta, Estados Unidos e China, são também os maiores poluidores e que ninguém quer abrir mão de sua economia. Como convencer as demais nações que também querem se desenvolver a adiar suas estratégias de crescimento em prol de um bem comum?

As mudanças devem vir de baixo, da sociedade. Devemos trabalhar principalmente, a cabeça das crianças a respeito da importância da conservação do meio ambiente e a importância de ações simples como separar os resíduos em casa e não jogar lixo nas ruas. Só assim conseguiremos criar sociedades ambientalmente comprometidas sem abrir mão do desenvolvimento.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

– Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui