DA GESTÃO PARA A AÇÃO

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Comentamos em vários artigos anteriores sobre a importância da busca e implementação de formas alternativas de obtenção de energia elétrica como a energia solar e a eólica, mas temos que ser realistas: estas matrizes energéticas, provavelmente, nunca substituirão totalmente a nossa principal matriz geradora de energia elétrica, a hidroeletricidade. As térmicas devem ser usadas apenas em momentos de extrema emergência, mas não devem ser utilizadas de forma definitiva, uma energia de alto custo e poluente. Por conta destes eventos de crise pelo qual o Brasil está passando, devemos refletir sobre a implantação também de modelos energéticos de elevada eficiência como a energia nuclear.

Apenas as duas usinas nucleares do Brasil, funcionando “meia boca”, Angra I e Angra II, fornecem energia elétrica para seis milhões de pessoas. Usinas que ocupam pequenos espaços, de reduzido impacto ambiental, infinitamente menos quando comparamos as hidrelétricas, e de elevado poder de geração de energia. Os resíduos gerados são radioativos, mas sempre em quantidades pequenas e podendo ser reciclado. Outros tipos de resíduos da usina de baixa intensidade de radiação são armazenados em depósitos totalmente protegidos em áreas geológicas profundas, de paredes concretadas, sem risco para o homem e o meio ambiente.

São milhares de usinas nucleares espalhadas pelo planeta, principalmente nos países desenvolvidos. Considerando que um acidente pode causar grandes impactos, a segurança é fator primordial para o seu funcionamento.

No atual ritmo de crescimento econômico mundial e das necessidades energéticas da população do planeta, precisamos cada vez mais de energia sem desconsiderar nenhuma delas, desde as fontes limpas até as mais poluentes, mas mantendo estas últimas como último recurso.

O Japão, após o acidente em uma de suas usinas nucleares por conta do tsunami, paralisou as suas atividades energéticas nas mais de sessenta usinas nucleares do pais, mas, em pouco tempo foi obrigado a reativar suas usinas devido a inexistência de um plano amplo e imediato de substituição das fontes energéticas. Apesar disto, o Japão aprendeu com este desastre: implementou diversos programas de geração de energia alternativa no pais, tanto a nível residencial quanto industrial. Os japoneses passaram a investir em fontes de energia alternativa, principalmente a energia solar através da implantação de painéis solares. Além da retirada dos impostos para facilitar a aquisição dos equipamentos os japoneses reduziram suas contas de energia, a sobrecarga do sistema e, de quebra, vendem a energia excedente para as distribuidoras. Podemos ver que os japoneses não vivem de palavras ou de promessas mas de ações. As políticas públicas são sérias e realmente voltadas para o cidadão e para a nação. Infelizmente, aqui é diferente. Quando existe uma crise nacional de água e energia como estamos vivendo atualmente, ao invés de estimular a população na implantação de sistemas alternativos para reduzir a sobrecarga do sistema, o governo promove o aumento dos preços das tarifas, ou seja, a população paga a conta da falta de planejamento do governo.

Gerir um município, um Estado ou a nação com aumento de impostos para pagar os rombos é fácil. Quero ver gerir com sabedoria, planejamento e colocando as informações técnicas acima dos interesses políticos.

Quem é Alexandre Sylvio Vieira da Costa?

[image src=”https://aconteceunovale.com.br/portal/wp-content/uploads/2014/06/alexandre_coluna_agro.jpg” width=”372″ height=”220″ lightbox=”yes” align=”left” float=”left”]- Nascido na cidade de Niterói, RJ;
– Engenheiro Agrônomo Formado pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro;
– Mestre em Produção Vegetal pela Embrapa-Agrobiologia/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro;
– Doutor em Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa;
– Pós doutorado em Geociências pela Universidade Federal de Minas Gerais;
– Foi Coordenador Adjunto da Câmara Especializada de Agronomia e Coordenador da
Comissão Técnica de Meio Ambiente do CREA/Minas;
– Foi Presidente da Câmara Técnica de eventos Críticos do Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio Doce;
– Atualmente, professor Adjunto dos cursos de Engenharia da Universidade Federal dos
Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Campus Teófilo Otoni;

– Blog: asylvio.blogspot.com.br
– E-mail: alexandre.costa@ufvjm.edu.br

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