Operação prende dois em Minas em ação contra coiotes que fazem travessia ilegal para os EUA

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A Operação da Polícia Federal (PF) para tentar informações sobre 12 brasileiros, entre eles mineiros, que estão desaparecidos quando tentavam a travessia ilegal para os Estados Unidos, terminou com três pessoas presas. Durante a ação, dois alvos, que seriam aliciadores, foram encontrados em Sardoá e Governador Valadares, na Região do Rio Doce. A terceira pessoa presa estava em Ji-Paraná, em Rondônia. Todos vão ficar detidos preventivamente.

O último contato dos brasileiros desparecidos, que são naturais de Minas Gerais, Pará e Rondônia, foi em 6 de novembro. Nesse dia, segundo relatos da embaixada em Nassau, os brasileiros entraram em uma embarcação para tentar a travessia ilegal. Depois disso, não se teve nenhuma notícia sobre as pessoas. Entre os desaparecidos, cujos nomes foram revelados pelas famílias em pedidos de ajuda nas redes sociais, estão Márcio Pinheiro de Souza e Renato Soares de Araújo, de Sardoá, Leste Mineiro, Arlindo de Jesus Santos, do Pará, Diego Gonçalves de Araújo, Bruno de Oliveira Souza Martins e Reginaldo Ferreira, todos três de Rondônia.

As ações desta sexta-feira foram realizadas para tentar encontrar informações dos desaparecidos. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva em Rondônia, Santa Catarina e Minas Gerais. Três pessoas foram presas, sendo duas em Minas. “Estamos investigando a ramificação brasileira de uma organização que visa transportar brasileiros de forma ilegal para o exterior, principalmente para os Estados Unidos da América e as Bahamas. O objetivo desta fase foi colher provas de onde se encontra esses brasileiros e verificar o grau de envolvimento de outras pessoas neste esquema, que não só envolveu brasileiros, mas pessoas no estrangeiro”, afirmou o delegado Raphael Baggio de Luca.

As investigações apontaram que uma parte da organização aliciava pessoas que gostariam de deixar o país, prometendo o ‘sonho americano’. O esquema contava até com agente de imigração nas Bahamas. “Essas pessoas passavam de 20 a 30 dias em uma localidade que tinha algum aeroporto próximo de fácil embarque. Em determinado dia, recebia ordem de embarque do coiote. Então, ia do Brasil, com escala no Panamá, e depois às Bahamas. Lá, receberia o aviso de qual guichê da imigração devia desembarcar. Neste guichê, em tese teria um funcionário que faz parte da organização criminosa. Então, o brasileiro tinha que ser um dos 10 primeiros a desembarcar e ir direto para este guichê indicado quando estava na escala do Panamá”, explicou o delegado.

Os alvos do grupo eram pessoas que não tinham se estabelecido financeiramente no Brasil e não tinham estabilidade no emprego. Os coiotes chegavam a mentir sobre como seria a travessia. “Dizem que iriam atravessar para das Bahamas para os EUA em um iate, por aproximadamente oito horas. Temos indícios de pessoas que foram antes das pessoas desaparecidas e depois, de que na verdade, chega lá, colocam um barco, uma canoa, e embarcações de situações péssimas e fazem travessia de forma perigosa a noite. Durante o dia, ficam escondidos em uma das ilhas que têm na região, sem alimentação, sem bebida, para continuar a viagem no outro dia a noite. Tudo isso, para ludibriar a fiscalização”, comentou Luca.

Os brasileiros desaparecidos pagaram entre R$ 40 e R$ 60 mil para fazer uma viagem. As investigações apontaram que um grupo de quatro pessoas chegou a dar uma casa para os aliciadores em troca da travessia. As pessoas presas foram levadas para carceragens nos estados onde foram encontradas. De acordo com o delegado, elas podem responder por eventuais problemas que acontecerem com os brasileiros, como pela morte e sequestro.

As investigações da PF conta com ajuda do Itamaraty, e de autoridades do exterior, como dos EUA, Cuba, República Dominicana, e Bahamas. Um delegado está na terra do Tio Sam para tentar encontrar indícios. Porém, os policiais encontram dificuldades até mesmo com familiares das vítimas. “O mais curioso do caso é que muitas famílias acabam tendo medo, e isso dá um leve atraso na operação e no próprio ato de procura das pessoas. Pedimos que os familiares nos procure e auxilie na produção desta prova. Se não fizer, fica mais difícil de tomarmos medidas como as de hoje”, pediu o delegado.

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(Fonte: Estado de Minas)

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