Ingestão de mais de sete latas de cerveja por semana tira até cinco anos de vida, diz estudo

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Um artigo publicado na revista científica “The Lancet” concluiu que a ingestão de bebidas alcoólicas não deve ultrapassar cinco taças de vinho ou sete latas de cerveja tipo pilsen por semana. Depois de analisarem dados de quase 600 mil pessoas de 19 países, os cientistas observaram que aquelas que bebem mais do que 100 g de álcool por semana (sete latas de cerveja pilsen) têm uma expectativa de vida significativamente mais baixa.

De acordo com o estudo – que foi coordenado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra –, quem bebe entre 100 g e 200 g corre mais risco de morrer seis meses antes do que se esperaria. O índice se agrava à medida que o consumo de álcool aumenta. Entre as pessoas que bebem mais de 350 g por semana, a redução da expectativa de vida chega a cinco anos.

Com base nos resultados, o artigo conclui que é preciso reduzir os limites de álcool recomendados em todo o mundo. As diretrizes em países como Itália, Portugal e Espanha, por exemplo, são quase 50% mais altas do que os 100 g usados como referencial na pesquisa.

Nos EUA, o limite recomendado para homens é quase o dobro: 196 g por semana, ou dez taças de vinho. Já para mulheres, devido a diferenças metabólicas, a recomendação é de até 98 g por semana. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece um consumo aceitável de até 15 doses/semana para os homens e dez doses/semana para as mulheres, sendo que uma dose contém de 8 g a 13 g de álcool.

Segundo a OMS, os homens não devem ultrapassar o consumo de três doses diárias de álcool, e as mulheres, duas doses diárias. Tanto homens quanto mulheres, ressalta, não devem beber por pelo menos dois dias na semana.

Ainda segundo a OMS, hoje já se sabe que as bebidas alcoólicas estão relacionadas a 10% dos cânceres de intestino grosso e 8% dos cânceres de mama, por exemplo.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são registradas anualmente 3,3 milhões de mortes resultantes do consumo excessivo do álcool. Isso representa seis mortes a cada minuto. A faixa etária mais preocupante é a dos 20 aos 39 anos, dentro da qual aproximadamente 25% do total de mortes é atribuído ao álcool. A meta da OMS é que os países reduzam em 10% o consumo abusivo de álcool até 2020.

Teor alcoólico. A quantidade de álcool em cada dose varia de acordo com a bebida. Uma cerveja tradicional tem, por exemplo, em média, 5% de álcool; o vinho, em torno de 13%; e o uísque, por volta de 40%.

Consumo eleva risco de doença cardiovascular

O artigo publicado na revista “The Lancet” mostra que o álcool aumenta o risco de qualquer tipo de doença cardiovascular: Acidente Vascular Cerebral (AVC), insuficiência cardíaca, doença hipertensiva fatal e aneurisma aórtico fatal. O risco só declina em relação a infarto do miocárdio.

Para David Sullivan, da Escola Médica da Universidade de Sydney, que não participou do estudo, a resposta sobre como as pessoas devem agir fica clara ao se colocarem essas informações na balança. “Não adianta proteger contra infarto e gerar todas as outras doenças cardiovasculares possíveis”, pontua.

Para mulheres, o consumo de álcool é ainda mais perigoso. Isso se explica porque, entre outros aspectos, as mulheres produzem uma quantidade menor da enzima responsável por degradar o álcool. Em decorrência disso, uma mesma dose de bebida ingerida por uma mulher faz com que ela fique, em média, com 30% a mais de concentração alcoólica no sangue do que um homem ficaria.

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(Via O Tempo)

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