Os Limites entre a Loucura e a Lucidez: Quando procurar ajuda de um profissional – Coluna Nilberto Antônio

0

Caro leitor!

Inicio este texto provocando-lhe a pensar: Como tem se sentindo nos últimos tempos? Quantas coisas de que realmente gosta você tem feito nos últimos dias? Ou está sempre buscando agradar aos outros, esquecendo-se de si mesmo? O quanto você se conhece? Não ficarei espantado se você titubear para responder a essas perguntas que parecem simples. Mas de simples elas não têm nada.

É bizarro dizer, mas uma parcela muito pequena da população mundial realmente se conhece, raras são as pessoas que dominam seus sentimentos, conhecem suas emoções. Cabe à ressalva que a expressão “se conhecer” é utilizada em sentido amplo, não está ligada apenas a reconhecer seu rosto, saber seu nome, é (re) conhecer seus sentimentos, saber de onde vêm seus gostos, compreender por que se comporta dessa ou daquela forma, enfim é entender quem é você.

Talvez te angustie minha afirmação de que todos nós, sem exceção, vivemos tentando nos equilibrar em uma finíssima linha que separa a loucura e a lucidez. Sou capaz de supor, que em algum momento da vida todos nós já pensamos que ficaríamos loucos, ou que não suportaríamos situações que nos fazem sofrer. Embora tenhamos continuado a vida, sendo “normais” a alma foi marcada, a cicatriz esta lá, volta e meia ela dói, algumas vezes nos damos conta de que ela quem esta incomodando, outras vezes essa dor vem disfarçada, estamos sofrendo mas não sabemos o motivo.

Conforme Freud o pai da Psicanálise, nossa existência esta fadados ao sofrimento, pois ainda quando criança, somos arremessados à incompletude, jamais seremos plenos, embora dediquemos nossas vidas a encontrar algo que preencha nosso vazio. Somado a isso têm-se desprazeres que acumulamos ao longo da vida. Mas essa não é a questão, o grande problema se dá quando essa falta/vazio é tão intenso que começa a nos paralisar, podendo atuar de forma mais intensa (casos de depressão, ansiedade exacerbada, entre outros), ou às vezes de forma de mais sutil, de modo que não sabemos explicar, mas existe algo que incomoda, que angustia, que entristece, dificulta seus relacionamentos, destrói sua autoestima.

E você decide que é o momento do “basta”! É o momento que percebe que não dá mais para segurar sozinho. Você merece ser menos ansioso; menos depressivo; merece ter um bom relacionamento; quer esta bem consigo mesmo; administrar todas aquelas situações que aparecem de forma inesperada; quer melhorar sua autoestima. Quando isso ocorrer com você, é sinal de está na hora de procurar um profissional para ajudar lidar com suas questões.

O psicólogo é um dos profissionais mais indicados para lhe ajudar nesses momentos, pois este contribuirá para seu autoconhecimento, e na grande maioria das vezes, a chave para solucionar nossas angústias/sofrimento está em nos conhecer.

Outra grande questão quando se discute saúde mental está no fato de que a grande maioria das pessoas relegam seu cuidado a segundo plano, recorrem a um profissional da área quando não encontram outra solução, mas não vamos nos culpar, essa é uma questão cultural, afinal de contas quem “vai ao psicólogo é doido, não é mesmo”?

Acredito eu, que se você leu até aqui e dispensou o mínimo de atenção, compreendeu que nós, ditos normais estamos o tempo inteiro nos equilibrando entre a loucura e a lucidez, cada um inventa um modo de manter-se de pé. Mas normal…. normal, ninguém, absolutamente ninguém é, temos apenas loucuras diferentes, que às vezes nos leva por caminhos estreitos, demasiadamente íngremes, outras vezes por caminhos largos e retos. O fato é, todos nós devemos cuidar das nossas “loucuras” como quem cuida de um animal domesticado, pois, embora dócil, jamais deixará de ser um animal, assim são as nossas loucuras, não deixam serem loucuras, mas podem ser domesticadas, aprendemos a lidar com elas. Logo, elas não se apresentarão mais como perigosas.

Para finalizar, retomemos nossas questões iniciais: Como tem se sentindo nos últimos tempos? Quantas coisas de que realmente gosta você tem feito nos últimos dias? Ou está sempre buscando agradar aos outros, esquecendo-se de si mesmo? O quanto você se conhece? Acrescento outro questionamento: Como está sua loucura? Domesticada ou selvagem?

Nilberto Antônio

Nilberto Antônio Gonçalves, psicólogo clínico com ênfase em atendimento de crianças especiais. Trabalha com Orientação Profissional. Psicólogo do Projeto Responsabilidade na Infância e Adolescência – RIA do Centro Social Mali Martin. Atua voluntariamente na Associação Amar e Renascer – Aamar (Instituição para tratamento de dependentes químicos) de Itamarandiba.

Facebook: Nilberto Antônio
Instagram: @nilberto_antonio
E-mail: nilbertog@ymail.com ou nilbertoantonio@bol.com.br
Telefone: (38) 9 9139-6023

VER PRIMEIRO

Receba as notícias do Aconteceu no Vale em primeira mão. Clique em curtir no endereço www.facebook.com/aconteceunovale ou no box abaixo:


DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui