É tempo de gentilezas! – Coluna Dr. João Domingos

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Dr. João Domingos é advogado e vereador
(www.facebook.com/joaodomingos.domingos.5)

O homem generoso será abençoado, porquanto reparte seu pão com o necessitado. (Provérbios 22:9)

Vivemos um tempo de pouca gentileza. Um tempo de pressa, fobias e corações endurecidos. Vemos todos os dias nos jornais e televisão o embate entre os que têm dinheiro e os que lutam vorazmente para sobreviver. Muitos dos que vivem nesses bolsões de pobreza pelo pais afora não tiveram uma oportunidade real para emergirem de tanta miséria e descaso.

Paulo Freire dizia que “…todo ser humano tem potencial. O que falta é só uma aposta naqueles que não tiveram chance na vida.”

Ocorre, que, tradicionalmente, o brasileiro vive a máxima popular “…se o feijão é pouco, meu pirão primeiro…” ou seja, o egoísmo da sobrevivência a qualquer preço fala mais alto. Se temos um pouco não podemos dividir, pois temos que guardar para o futuro. Se aprendemos um pouco, não vamos ensinar, cada um se vire… E assim vai.

Comportamentos simples como dar “bom dia”, “boa tarde”, “por favor”, agradecer por algo que tenha sido feito, segurar a porta para alguém passar, ajudar a carregar coisas para alguém, ceder o lugar aos idosos, respeitar a fila, jogar o papel no lixo, fariam uma diferença enorme em nossa sociedade… Quando vamos à rua, ao hospital, ao restaurante, ao barzinho, vemos essas ações com frequência? Não, não vemos. O que é uma lástima.

Fazer isso não é ser, simplesmente, educado: é ser cortês. Mais do que educação precisamos de ver gentileza entre as pessoas. Ser gentil com os parentes, com os amigos, com aqueles que nos prestam um serviço, com pessoas desconhecidas com quem cruzamos na rua.

Ser gentil não é gostar de todo mundo, não é rir para todo mundo. Ser gentil não é ser extrovertido. Nem todos são assim, e todos têm lá os seus dias ruins. Ser gentil é saber tirar o olho do próprio umbigo, é tratar bem as pessoas, é saber conviver e tornar os espaços em que convivemos mais leves.

A gentileza desperta nas pessoas a oportunidade de enxergarem o irmão do lado de forma humana. Não somos maiores nem melhores, somos iguais e, essa igualdade, não depende de condição social.

Não é fácil sair da nossa zona de conforto, abrir mão do nosso tempo de descanso para preocuparmos com os problemas dos outros. Sempre foi mais fácil fechar os olhos a tudo e todos. Esquecemos porem que vivemos um tempo finito, medido por um relógio sob a ótica humana. Amanhã não estaremos mais aqui. O que levaremos conosco?

Gentileza é uma maneira educada de ser solidário. E assim, com certeza, transformaremos o mundo num ambiente menos egoísta, mais solidário, mais inteligente e muito, mais muito mais ameno para viver.

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